sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Em se plantando, tudo dá??? Tomara!




Fiquei feliz da vida ao voltar a casa depois de quatro meses e ver que o meu pé de babosa deu cria! Quatorze brotos! Depois de fracassar com as minhas babosas no deserto da califórnia, que morreram poeticamente e aos poucos, quem sabe se pelo frio ou pelo calorão, me agarro aos auspícios da carta de 500 anos para tentar a minha nova empreitada no ramo das plantas. Na falta de mão, talento e conhecimento, preciso mesmo é contar com a sorte de uma terra generosa para germinar minhas seis sementes de seriguela gigante!

Uma das minhas melhores memórias de infância foi diante do primeiro (e único) pé de seriguela que vi até hoje. Devia ter uns sete anos e viajava pela primeira vez para o sertão. Foi em Araripina, a terra do gesso (ainda é?). Lá, na casa de um primo de minha mãe, junto com um bando de primos pequenos, me atraco contra o pé de seriguela, e saio devorando o que vejo. Uma, duas, três, dezenas... um encontro de liberdade com a minha fruta favorita (empate com jaca, manga e caqui). Naquela época, tudo o que tinha no quintal de minha casa era um pé de fruta-pão (que eu abominava sem nunca ter provado. Hoje daria a penúltima seriguela do pé por saber o gosto do fruta-pão), e um de limão macho (que nunca botou). E eu na ilusão de um dia ter um pé de uma fruta que eu adorasse. Vieram a acerola (a maior e mais doce que já vi na vida), a pitanga e a graviola. Mas faltou sempre a seriguela.

Nunca mais fui a Araripina, meio que me mudei daqui (saí criando raízes aéreas mundo afora, mas com os dois pés fincados no meu chão, senão murcho). Até que volto a passar uma temporada no México, e numa feira livre dou de cara com uma fruta com um aspecto meio conhecido, mas pensei, “não é possível!”. Não que no México não pudesse ter seriguela, mas nunca pensei que no mundo pudesse existir uma seriguela daquele tamanho, e tão doce. Prontamente, esqueci, meio que de propósito, meio que sem querer, uns caroços de seriguela na mochila. Saía comendo a fruta e guardando os caroços para não jogar na rua, e quando chego aqui, para minha surpresa, era a mais nova dona de seis caroços de seriguela gigante. E, com isso, detentora da grande responsabilidade de fazê-los germinar...

O primeiro passo foi dar um deles a uma tia que tem mão boa e um quintalzão. E saí fazendo mudas com técnicas variadas (incluindo a de brotar o feijão que a gente faz na escola – esta, fracassou...). Agora é confiar nas palavras de Caminha e deixar que a terra faça o seu trabalho. De ser o talento desnecessário, e a terra a grande mestra nessa história, em alguns anos estarei colhendo memórias debaixo do meu pé de seriguela. E distribuindo suas mudas por aí. Que, em se plantando, tudo dê.

2 comentários:

Brenno disse...

Agora, com outras sementes, é hora de dar uma segunda chance ao deserto da Califórnia. Será que desta vez brotam?

FIFA Coins disse...

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