"E aquela vez foi como nunca e sempre:
vamos ali onde não se espera nada
e achamos tudo o que está esperando."
Pablo Neruda
Noite,
e pouco tinha,
por nada espero.
Como se fada,
me alcançando,
eis que ela vinha,
rompendo o nada,
burlando o zero,
o anulando...
Dia,
e tudo tinha,
por mais espero.
Como se minha,
me embalando,
eis que era linha,
rompeu-se, e nada.
Tudo era zero,
me anulando...
terça-feira, 19 de julho de 2005
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7 comentários:
Às vezes o desejo inconsciente de ser zero supera o medo de conseguir chegar até o um. A possibilidade do binário é tudo.
Como
Ferindo a noite
A voz houvesse
Contaminado
De si o nada,
E como fosse
O inesperado
Que mais dissesse
Sem que dissesse,
Sem mais palavras;
Noite
Como se a noite
Se iluminasse
Ao menor gesto:
Do nada, nada.
A propósito de Neruda...
Tal vez no ser es ser sin que tú seas,
sin que vayas cortando el mediodía
como una flor azul, sin que camines
más tarde por la niebla y los ladrillos,
sin esa luz que llevas en la mano
que tal vez otros no verán dorada,
que tal vez nadie supo que crecía
como el origen rojo de la rosa,
sin que seas, en fin, sin que vinieras
brusca, incitante, a conocer mi vida,
ráfaga de rosal, trigo del viento,
y desde entonces soy porque tú eres,
y desde entonces eres, soy y somos,
y por amor seré, serás, seremos.
E assim será, porque amas, amo, amamos, nos amamos.
Não foi valsa...
Mas foi única!
A felicidade não está na valsa!
Nem na noite, nem no dia...
Nem na voz, nem em nada
A felicidade está no nós
que amamos.
Quando se acha tudo o que se espera não mais se espera.
Finda-se, então, a esperança? (Porque esperar é coisa da esperança...) Só espera quem tem esparança.
Quem não a tem, se desespera. Então, quando se encontra tudo que se espera e morta a esperança, cria-se outra espera?
E depois do fim desta, cria-se outra?
Por que então a espera pelo encontro? Por que então a esperança? Por que então o encontro nos faz tão felizes se temos ciência que depois dela, é o fim da esparança?
Seríamos construtores e destruidores de nós mesmos?
E se assim for, tudo que encontramos (quando esperávamos nada) não era tudo?
Haveriam sempre mais e mais esperanças a esperar?
O que nos alimenta a alma não são as esperas nem as esperanças
São os encontros.
:*
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