terça-feira, 19 de abril de 2005

Proximidades e distâncias...

Viver é criar proximidades e distâncias. Mas tem gente que se afasta de um sem mais querer se acercar a outro, e isso é triste. Toda distância é triste. Queria viver de proximidade, mas existem seres que se excluem e, para dar passagem a outro, é preciso alongar a corda e deixar que aquele parta...

Hoje me sinto estranha por me dar conta dessa distância, mas vejo a proximidade e isso me alivia um pouco. Mas parece um abandonar de história e isso é triste, porque toda história seria para ser eterna, algo de fim impronunciável...

As coisas mais parecem nascidas para perecer; para nascer e morrer com a maturidade ou às vezes até mesmo antes dela...

Hoje me sinto estranha por vislumbrar o fim das coisas ao ver a dissolução do que um dia pensei eterno...

Melhor já não conferir o eterno a nada... talvez um dia me surpreenda com a presença dele...

14 comentários:

Alisson da Hora disse...

Proximidades...Distâncias...Tudo é tão relativo e fugaz...Estou tão distante e tão perto de mim mesmo...É estranho ler o que escrevestes...Faz-me lembrar de que, tão longe, poderia estar mais perto de mim mesmo...É a vida...Beijos pra tu!

Luiz Alberto Machado disse...

Muito bom conhecer seu blog, uma viagem agradabilíssima. Parabéns.
Beijabrações e uma boa semana
Luiz Alberto Machado
www.luizalbertomachado.com.br

Anônimo disse...

"...talvez um dia me surpreenda com a presença dele."

Entre as aspas, repito tuas palavras, Queen Mab. Um eco? Não: uma resposta.

Me disse...

Os dias chegam, para abandonar o talvez e abandonar o que éramos. Agora, não sou. Agora, somos...

Anônimo disse...

Somos. Poderia haver verbo mais significativo?

Verbo-ponte, verbo-encontro, verbo, verbo.

Ponte de dupla direção, recíproco encontro.

Somos: ser e estar. Ser (em) e estar (com) o outro. En,con,tro.


Um palíndromo.

Somos. somoS.

Anônimo disse...

Um sábado, Queen Mab, hoje.
Hoje, Queen Mab, um sábado.

Segundos mágicos que, cristalizados, permanecem. Não no sorriso que surge, flecha lançada por um arco; não nas curvas que o anunciam, primeiro frêmito das cordas, tensas, e da flecha...
Permanecem naquele instante suspenso de curvas pressentidas e arcos pressupostos; naquele instante em que o eu e o outro restavam separados por uma linha; e esta linha, sem que soubessem, cruzava, ponte, de um lado ao outro.

Aquele instante, aquele instante, querida Queen Mab, era, sem que o soubéssemos, uma travessia. Um encontro. Um: en,con,tro.

Vens?

Anônimo disse...

Estou. Vês? Sim, vês. Onde estou, estamos...

Anônimo disse...

O sábado, agora. Sempre, o sábado, aquele: três.

Anônimo disse...

Sempre o sábado, aquele: t(he)rês(a).

Anônimo disse...

Sim, sempre!

Anônimo disse...

A um só tempo próximo e distante, o movimento rompe a inércia: não há mais proximidades: é sempre, sempre aproximar-se.

Anônimo disse...

Sim, B!

Anônimo disse...

Queen Mab: para olhos míopes, tanto as proximidades como as distâncias sempre se mostram mais nítidas de perto.

Daí meu estar, sempre de perto, te lendo: miopia que anuvia distâncias e revela-te, nítida, proximidade.

Anônimo disse...

Bebê, te amo, querido: te amo isto. Te amo, querido, tudo.